A indicação dos
alongamentos varia bastante de profissional para profissional. Essa falta de
consenso entre educadores físicos, fisioterapeutas e ortopedistas foi o estopim
para que centros universitários de todo o mundo se debruçassem em estudos sobre
o assunto. Os resultados, entretanto, foram bem diferentes do que se esperava.
A primeira informação contestada é a de que os alongamentos podem prevenir
lesões quando praticados antes ou depois das atividades físicas. Os
pesquisadores Robert Herbert e Marcos de Noronha, da Universidade de Sydney,
revisaram dez estudos sobre o tema e não encontraram diferenças estatísticas
entre os grupos que se alongavam e os que pulavam a atividade.
Para evitar
acidentes, o mais indicado seria investir nos chamados exercícios de
aquecimento, como polichinelos ou pequenas corridas sem sair do lugar. "O
alongamento não tem a função primordial de aquecimento. Para aquecer é
importante aumentar o fluxo de sangue nos vasos sanguíneos e músculos",
explica Debora Reis Garcia, professora do curso de educação física da
Universidade São Francisco (USF).
Efeito analgésico:
Ironicamente, a coisa muda de fIgura nos estudos em que são avaliados pacientes com dores crônicas. Nessas situações, o alongamento sai na frente de práticas consideradas consagradas no alívio da dor. Uma pesquisa liderada pela pesquisadora Karen Sherman e publicada na revista Archives of Internal Medicine dividiu pacientes que sofriam dores crônicas na lombar em três grupos: aqueles que tiveram aula de alongamento, de ioga ou que apenas leram livros sobre como lidar com o problema. Três meses depois, os participantes que se esticaram foram os que mais relataram melhoras na dor sem o uso de medicamentos.
Benefícios reais:
Mas aliar os alongamentos com exercícios físicos é algo ruim? A resposta é não. Segundo Debora, alongar-se antes de suar a camisa é um modo de preparar o corpo para o esporte. "Já o alongamento feito ao final de exercícios diversos - como caminhadas, corridas ou atividades domésticas - tem como objetivo compensar a musculatura que foi mais utilizada", indica a educadora física.
A prática também é
excelente para os atletas que querem melhorar seu desempenho nos treinos.
Segundo um estudo liderado por Arnold Nelson, professor associado da
Universidade de Louisiana (EUA), os alongamentos periódicos aumentaram a
resistência muscular, o desempenho em saltos e a força nos profissionais que se
submeteram a treinos regulares. Entretanto, não é necessário exagerar na dose
para conseguir bons resultados. Aumentar a intensidade dos exercícios pode
potencializar microlesões musculares, principalmente nos adeptos da musculação.
"O ideal é trabalhar a flexibilidade outro dia que não o da musculação ou
em outro período. Mas se desejar realizá-los após o treino, a intensidade deve
ser leve ou moderada", pontua.
Por fim,
alongamentos são fundamentais para aumentar a flexibilidade. Mas para
aperfeiçoar essa habilidade motora é necessário ter disciplina. "Os
exercícios devem ser realizados ao menos duas vezes por semana. O tempo de
execução deve ser superior a 30 segundos em cada movimento", completa.
Sinal verde:
Praticamente todo mundo pode se alongar. A restrição fica por conta de quem apresenta problemas nas articulações, nos ossos, nos músculos e na coluna, como no caso da hérnia de disco. "Em linhas gerais, todos podem praticar alongamentos, desde que orientados para a execução correta dos movimentos. Mesmo pacientes acamados, quando bem orientados, podem realizá-los", esclarece Debora.
Praticamente todo mundo pode se alongar. A restrição fica por conta de quem apresenta problemas nas articulações, nos ossos, nos músculos e na coluna, como no caso da hérnia de disco. "Em linhas gerais, todos podem praticar alongamentos, desde que orientados para a execução correta dos movimentos. Mesmo pacientes acamados, quando bem orientados, podem realizá-los", esclarece Debora.
Mas muita gente não
adere aos alongamentos porque sente um ligeiro desconforto. Salvo exceções,
esse incômodo é normal. Sua aparição está vinculada ao aumento da flexibilidade
de músculos e articulações. "Ele funciona como um mecanismo de alerta do
próprio organismo para evitar que a sobrecarga nos tendões e articulações
provoque danos. Ele deve ser tolerado em certa medida para que a flexibilidade
aumente", explica.
Muita gente não adere aos alongamentos porque sente um ligeiro
desconforto. Salvo exceções, esse incômodo é normal
Entretanto, a regra
é não aumentar a intensidade dos alongamentos a ponto de extrapolar os limites
pessoais. Nos alongamentos que antecedem a caminhada ou a faxina da casa, por
exemplo, não há necessidade de ir além do início do desconforto. "Além
disso, a duração do exercício para cada segmento corporal não deve exceder 15
segundos. Já para atletas profissionais, o grau de tolerância à dor pode ser
maior", completa Debora.
Flexibilidade ampliada:
Algumas dicas simples podem deixar os alongamentos mais eficientes, como expirar e inspirar corretamente. "A respiração aumenta a oxigenação dos músculos, a fluidez do sangue e a lubrificação das articulações. O aluno também fica mais concentrado para alcançar a amplitude do movimento", esclarece a professora.
Usar acessórios
como faixas elásticas e barras para apoio é outro segredo para potencializar a
atividade. Entretanto, nada mais eficiente - e divertido - do que alongar-se
acompanhado de um amigo ou em grupo. "O apoio da dupla pode ainda auxiliar
no aumento da amplitude do movimento", finaliza a profissional.
Texto retirado do site:
Muuito bom, adorei o texto ;)
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