"A melhor Atividade Física é aquela que é agradável o suficiente para se tornar um hábito"

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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Obesidade e hábito alimentar



Vários fatores influenciam o comportamento alimentar, entre eles fatores externos (unidade familiar e suas características, atitudes de pais e amigos, valores sociais e culturais, mídia, alimentos rápidos, conhecimentos de nutrição e manias alimentares) e fatores internos (necessidades e características psicológicas, imagem corporal, valores e experiências pessoais, auto-estima, preferências alimentares, saúde e desenvolvimento psicológico).



Dificuldade em estabelecer um bom controle de saciedade é um fator de risco para desenvolver obesidade, tanto na infância quanto na vida adulta. Quando as crianças são obrigadas a comer tudo o que é servido, elas podem perder o ponto da saciedade. A saciedade se origina após o consumo de alimentos, suprime a fome e mantém essa inibição por um período de tempo determinado. A fase cefálica do apetite inicia antes mesmo do alimento chegar à boca – são sinais fisiológicos, gerados pela visão, audição e odor. Esses estímulos fisiológicos envolvem um grande número de neurotransmissores, neuromoduladores, vias e receptores. A distensão do estômago é um sinal importante de saciedade. Além de estímulos mecânicos, estão envolvidos neurotransmissores e peptídeos, como colecistocinina, glucagon, bombesina e somatostatina. A colecistocinina tem sido considerada um hormônio mediador da saciação. No sistema nervoso central, principalmente no hipotálamo, encontram-se os sistemas serotonínicos do controle do apetite. Outros peptídeos, como beta-endorfina, dinorfina e galanina, atuam no sistema nervoso central influenciando a ingestão e/ou a saciedade. O neuropeptídeo Y é o mais potente estimulador do apetite conhecido. A leptina, produzida no tecido adiposo, tem um papel central e periférico, participa do controle energético e, provavelmente, interage com o neuropeptídeo Y no controle do apetite e da saciedade. Assim, o tamanho do prato ou da porção servida não é o determinante da saciedade; a criança pode ter ficado satisfeita antes, ou então querer comer ainda mais.


Jornal de Pediatria - Vol. 80, Nº3, 2004

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

FIBROMIALGIA

A fibromialgia é uma doença que afeta hoje cerca de 5% da população mundial, acometendo principalmente mulheres sedentárias, acima de 40 anos e pessoas de cor clara, caracterizando-se por dores agudas e crônicas, fadiga, distúrbios do sono, entre outros sintomas. O termo fibromialgia vem do latim fibro (tecido fibroso, ligamentos, tendões), do grego mia (tecido muscular), algos (dor) e ia (condição), ou seja, condição de dor proveniente de músculos, tendões e ligamentos.

Os portadores de tal síndrome normalmente apresentam dificuldade em relacionar a localização da dor, se é muscular, articular ou nos ossos.

A doença ainda não tem cura e quando diagnosticada por exame clínico, o tratamento é normalmente farmacológico (antidepressivos, analgésicos, miorrelaxantes etc), sono de qualidade e exercícios aeróbios. Os remédios têm o objetivo de amenizar os sintomas e promover o bem estar dos pacientes, permitindo-os que executem atividades físicas regulares que são fundamentais no tratamento da patologia.

Adamas & Julius (2005) explicam que durante a solicitação de trabalho físico, podemos perceber que os portadores da doença têm músculos fracos e que fadigam com facilidade, sendo indicados exercícios de alongamento, fortalecimento muscular e flexibilidade associados a exercícios aeróbios, ambos iniciando gradativamente e, se possível, numa intensidade que não gere ou gere dor suportável, onde a intensidade do exercício é aumentada progressivamente com o passar da adaptação fisiológica ao treinamento, respeitando o limiar de dor da pessoa.

O exercício físico aeróbico é normalmente mais indicado que o anaeróbico em pessoas com fibromialgia, pois o primeiro libera potencialmente mais endorfina, hormônio que quando presente no organismo permite-nos uma sensação de prazer, bem estar, euforia e até mesmo analgesia, pois a endorfina, explica Ghorayeb & Barros Neto (1999) é um neurotransmissor, assim como a noradrenalina, a acetilcolina e a dopamina, substância química esta utilizada pelos neurônios na comunicação do sistema nervoso e também um hormônio, uma substância química que, transportada pelo sangue, faz comunicação com outras células. Sua denominação se origina das palavras "endo" (interno) e "morfina" (analgésico). A endorfina é produzida em resposta à atividade física, visando relaxar e dar prazer, despertando uma sensação de euforia e bem estar.

Efeitos principais das endorfinas:

Assim, Adamas & Julius (2005) explicam que na fibromialgia não existe uma melhor modalidade esportiva e, respeitando o princípio da individualidade biológica, caracterizando que cada portador é diferente de outro portador e que os mesmos são também diferentes das pessoas não-portadoras, a melhor modalidade de exercício é aquela a qual o indivíduo sente mais prazer durante e após a realização, seja ela caminhada, corrida, natação ou outra.

Causas:

Embora se desconheça a causa, a fibromialgia pode ser desencadeada pelo stress físico ou mental, por uma posição inadequada ao dormir, por uma ferida, pela exposição à humidade e ao frio, por certas infecções e, por vezes, pela artrite reumatóide ou uma perturbação relacionada.

Uma variedade corrente, a síndrome de fibromialgia primária, costuma aparecer nas mulheres jovens saudáveis que sofrem de depressão, ansiedade ou tensão nervosa, muitas vezes juntamente com um sono irregular e não reparador (o sono não reparador não repõe as forças, deixando uma pessoa tão cansada, ou mais, que antes de dormir). Esta síndrome pode apresentar-se em qualquer idade, inclusive na adolescência, afectando em geral os mais jovens. Nas pessoas de mais idade, a perturbação apresenta-se muitas vezes juntamente com uma artrite não associada à coluna vertebral.


Diagnóstico e tratamento:

O diagnóstico da síndrome de fibromialgia baseia-se no tipo e localização da dor.Determina-se se a pressão provoca dor num ponto (pontos sensíveis), ou se a dor parece mover-se (irradiar) para outras zonas (pontos gatilho).

Habitualmente a terapia sem medicamentos é a mais eficaz e, reduzindo a tensão nervosa, consegue-se o alívio dos sintomas em alguns casos ligeiros.Geralmente obtêm-se bons resultados tanto com os exercícios de estiramento e condicionamento como com uma melhoria no sono e também com a aplicação de calor local e de massagens suaves, tal como evitando o frio.

É importante lembrar que a melhoria da condição física e da dor parecem, ao que tudo indica, estar pouco afectadas pela intensidade do exercício, independentemente da modalidade, por isso aconselha-se sempre actividades de intensidade moderada a baixa.

Etapas do programa:

Aquecimento
Atua melhorando o aporte sangüíneo para os músculos e tendões, adequando a freqüência cardíaca e respiratória. Com isso melhora a resistência física para os exercícios ou mesmo para as atividades diárias que o indivíduo irá desempenhar.

Exercícios de alongamento
São importantes para promover o equilíbrio, coordenação motora e melhorar a condição de dor.

Exercícios de resistência
São importantes para o condicionamento cardiovascular, controle do peso, fortalecimento muscular.

Relaxamento final
Ao final de uma série de exercícios, são feitos alguns alongamentos e exercícios com a respiração que visam “desacelerar” o organismo para retornar à sua rotina.